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Ao nosso Emplastro
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É sempre reconfortante saber que o nosso eterno Emplastro, o incomparável Nandinho de Gaia , continua firme e forte. Que, nos nossos 53 anos, continues a deixar a tua marca indelével no audiovisual português e a moldar o imaginário da minha e de tantas outras gerações, caro Fernando Santos. Desejo-te um 2025 brilhante, cheio de selfies gloriosas, mas vá lá, não te estiques que já há muito jovem a queixar-se dos preços.
Aos Drs. Amigos do Peito
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Em Portugal, a tosse tem donos — ou, pelo menos, assim gostam de pensar os rebuçados do Dr. Bayard e do Dr. Bentes. Tudo começou em 1939, quando Álvaro Justino Matias, vindo de Vale da Mula, Almeida, encontrou um refugiado francês em Lisboa que lhe confiou, não ouro, mas uma receita. Em 1949, Álvaro transformou a fórmula mágica nos rebuçados do Dr. Bayard, feitos em casa, com a família a desempenhar o papel de alquimistas amadores. Açúcar, glucose, mel e um toque misterioso de plantas medicinais: nasceu o “salvador do peito” e, com ele, o orgulho português na farmácia artesanal. O "Dr. Bentes" e respectiva "fórmula" , por sua vez, apareceram do nada em 1955, mas não na Nazaré (apesar de hoje pertencerem à minhota Drops Nazaré, que tem sede em Afife). Sem o mesmo charme de “encontros com refugiados”, mas eficaz, a marca estabeleceu-se como a alternativa pragmática ao glamour da tosse — como "o outro amigo do peito". Não bastasse o duelo nas prateleiras ...
Um post todo XPTO
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A sigla "XPTO" tem origem na simbologia cristã dos primeiros séculos do Cristianismo. No alfabeto grego, as letras Χ (Chi) e Ρ (Rho) são as iniciais de Χριστός (Khristós), que significa Cristo. Este símbolo, conhecido como Cristograma, era amplamente utilizado para representar Jesus Cristo, especialmente em inscrições e arte sacra. O acréscimo de "TO" foi uma estilização posterior, conferindo uma forma mais completa ao símbolo. Com o tempo, o uso religioso perdeu relevância e, em Portugal, "XPTO" foi reinterpretado como uma sigla genérica, começando a popularizar-se a partir das décadas de 1970 e 1980. Inicialmente, estava associado a contextos técnicos e publicitários, mas rapidamente evoluiu para um termo usado no quotidiano, significando algo sofisticado, inovador ou de alta qualidade. Actualmente, "XPTO" é utilizado para descrever produtos ou ideias considerados modernos e avançados, como "um carro XPTO" ou "uma solução XPTO...
O empata
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Nos anos 70 e 80 em Portugal, o empata – em todas as suas variantes – era uma figura omnipresente e paradoxalmente inesquecível. Exímio no ofício de travar fluxos, interromper momentos e embaralhar planos, tinha uma habilidade quase artística para converter o simples em complicado, o promissor em frustrante. Mas, claro, o empata-fodas era o apogeu desta linhagem, uma espécie de herói trágico do bloqueio humano. Imaginemos: um jantar a dois, velas acesas, a conversa flui, os olhares aquecem. E eis que o empata aparece – de improviso, claro –, largando a sua mala e um "Espero não incomodar!" tão desavergonhado que até as velas hesitam em apagar-se. Na discoteca, era aquele que irrompia entre um casal já sincronizado na dança, braços abertos, gritando "Bora outra rodada!" . No baile de aldeia, conseguia desviar um pedido de namoro com uma anedota sem graça, contada a plenos pulmões. Mas o empata não se limitava ao amor e à luxúria. Era também quem se oferecia para ...
Como alugar a Estónia por tuta-e-meia
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Porque se tornou cada vez mais impossível encontrar um exemplar do meu livro " Estonia, Paradise Without Palm Trees " — obra decerto datada, a realidade é infelizmente outra nos dias que correm —, em 2023 decidi editar, com as ferramentas disponibilizadas em boa hora pela Sociedade Portuguesa de Autores, o meu próprio livro (exacto, adquiri os direitos ao editor estónio há mais de uma década). Fica aqui o link , até porque por tuta-e-meia o manuscrito pode ser "alugado".
Homenagem ao Mirone
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O mirone das dunas do Algarve, nas décadas de 70 e 80, era uma sombra furtiva, amante invisível de corpos entregues ao sol e à sensualidade do verão. Oculto entre a vegetação, observava com olhos ávidos os gestos, os risos e as carícias dos outros, sorvendo com prazer clandestino o espectáculo que se desenrolava diante dele. Era a encarnação do desejo silente, o voyeur arcaico, embriagado pelo perfume salgado e pelo calor da pele alheia. Cada movimento, cada toque era uma ode ao proibido, e ele, fiel guardião das dunas, sabia bem que o prazer residia na distância.