Circo Vicioso

Só o viu uma vez.

Sarah achava-se demasiado sofisticada. Melhor para ela. Passava o serão desmaiada no sofá esticada.

Gérard fingia confundir Tanzânia e Tasmânia. Idiossincrasias. Mas isso foi só até levar com um bumerangue nos cornos.

Martha sentia-se a Rainha lá da rua. Sobretudo depois da coroa no molar.

Há maldades que vêm por bem. Foi preciso Ellen perder os dois caninos para se tornar uma mulher muito mais felina.

E a brisa virou tufão. E o geyser virou vulcão. E o gato virou leão. E a sardinha virou cação. E a formiga virou anão. E Andorra virou Japão. E Marisa virou João.

Paco é um amigo franco. E fidelíssimo. Sempre que pode, liga-me para um pinochet. Ontem sentiu-o triste, porém. Diz que não percebe o insulto. 

O cabelo estava demasiado longo. Pediu a Laura para lhe cortar uns dois dedos. Agora não sabe o que fazer com os cotos.

Nem Rasmus se sentia muito macho nem Ingmar gostava de ser activo. Sim, talvez fossem um casal lésbico.

Estava contente. Totalmente saciada. Nada mais saboroso do que jantar no terraço em noites de lula cheia.

Não me canso de "postar" este lúcido texto do Viriato Soromenho Marques. Há três anos que tem sido o meu argumentário nas conversas, por vezes acesas, com os que me estão próximos. Ou não. Por vezes ocorre no café, no avião, no sofá de um amigo do amigo, na Internet. As analogias com o Holocausto são feias, doem, cheiram a carne assada, mas são pertinentes. A verdade é que eu e a minha família nuclear adoptámos um boicote à Alemanha, que mantemos. Começámos em 2011 e é a nossa forma de protesto pacífico contra esta "Pax Germanica". Como europeus, a minha mulher estónia e eu português, a filha uma coisa e outra, a minha, nossa, paciência vai-se esgotando. Não, não é preconceito anti-alemão. Nada disso. É apenas uma constatação do que o país mais central, mais populoso e mais industrializado da Europa quer impor aos demais. Um "diktat" tão cego quanto conveniente alicercado em conceitos e preconceitos morais que manipulam a realidade e minam toda e qualque

Quantas vezes não tive eu de explicar a Kelly que dormir a sonhar e sonhar em dormir é bastante diferente. Desisti. Mas admito que de uma girafa de peluche não se pode esperar muito mais.

E pronto. Assim embarcámos para o último troço da viagem. A verdade é que, quando se regressa da Austrália, o Dubai é uma espécie de Alcácer do Sal.

Tem muita calma. É Pacífico.

Sometimes we just need five alternative minutes, or angles, to realize what may take us a whole life.

O sonho de Joachim era viajar sem sair do lugar. Nunca foi muito longe.

Disse-me Pascal, e muito a tempo, que as cegonhas ébrias trazem os bebés de Bordéus.

Estranhamente, Salvador não era nadador.

Lembram-se daquela d'O bolo mau e dos três corpinhos?

E logo Henry que queria tanto conhecer o Butão. Pena, e muita. Faltou-lhe a coragem para premi-lo.

Algum vírus deve medrar lá no balneário. Pascal e Jean-Pierre juram agora que têm fé de atleta.

Muitos acusam Todd de se haver tornado excessivamente abstracto. Com alguma razão. Mas Gladys explicou-me ontem que é por causa dos genéricos.

Peeter era louco por apostas. Mas só jogava com triplas.

Era um tipo bastante discreto, porventura excessivamente. Demasiado até. Na verdade, muito poucos reparavam nele. Pouquíssimos ou quase nenhuns. Ninguém mesmo. E se o vissem, ou avistassem, que não é coisa muito diferente, tê-lo-iam ignorado... Credo, agora que falamos nisso, dá-me até a ideia que o tipo não existe. Claro que não existe. Desculpem, foi confusão minha. O que eu queria era falar de outro. Daquele tipo ainda muitíssimo mais discreto.

E logo Ingrid, que queria tanto ter um varão... Fantasia frustrada, novamente. Para além de uma filha irritante e mal-comportada, Magnus nunca lhe deu mais do que uns sapatos de plataforma.   

Para balear, era muito inábil com a pistola.

Antónimo de "hambre".

Oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh...