Ainda hoje há os que não têm estômago para aceitar. Admitir. Mas não duvidem que, apesar dos seus maus fígados, Diego jogava sempre com o coração. Era o verdadeiro pulmão da equipa.
Agora se vê como Portugal e a Argentina são dois países muito parecidos. Têm os dois melhores treinadores do mundo, além de Messi e de Ronaldo, e nem conseguem a qualificação para a África do Sul. Bom, o não conseguir nem é bem assim. Há espaço para um milagre. E se a Nossa Senhora é portuguesa, os argentinos sempre têm a Igreja Maradoniana. Bafejados: nunca um culto teve oportunidade tão flagrante para se afirmar neste mundo repleto de ímpios e infiéis.
E eu e pensar que as regras na Argentina eram mais suaves do que na Europa... Que fazer convosco, queridas mascotes? Gil, fala com o Quinas e diz-lhe para telefonar ao Misha e ao Naranjito. Que não venham ao churrasco amanhã cá em casa. Não podem entrar...
Foi já há alguns anos: nesse sonho, eu era o melhor amigo de Maradona e tinha como sogro (?) Harrison Ford. Estranho, nem nunca tive um Ford, foram mais Twingos. Mas agora que estou em Buenos Aires, vi El Pibe na forma original, uma foto de 1981 vertida em poster, tal como ele me surgiu. Diego ainda estava chupadito. Eu tinha dez anos, e essas coisas raramente se apagam.
A imagem surge-me pela frente de forma tão abrupta que cheguei a pôr tudo em causa. A vida por um fio num mini-mercado de Buenos Aires. Mas não, não era ele.