Das pérolas que hoje em dia já preferem ficar-se por ostra
Como é do senso comum, e do científico também, não há maior ambição para uma ostra do que ser pérola. É coisa de bivalve, e até faz algum sentido. Contudo, isso dos colares era antigamente, no tempo das outras senhoras, décadas passadas em que algum critério sempre prevalecia. Agora é diferente. Sabem elas que, por exemplo, não é a sua arrogante refulgência que as poupará necessariamente de uma existência encurralada. Abundam os escroques que não vacilam um minuto, um segundo que seja, antes de entregar aos porcos as mais belas pérolas. Daí que, em certas ilhas e arquipélagos do Oceano Pacífico, encontremos hoje pérolas que, não temendo o libelo da ostracização, preferem quedar-se pela proletária condição de ostra. Avisada opção: saberão elas que a ambição desmesurada aporta consigo demasiados inconvenientes. Riscos. Na esmagadora maioria das vezes, graves e irreversíveis para os bivalves.
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