Já temos capa (e muito miolo): o livro será apresentado na Fundação Rei Afonso Henriques, em Zamora (Espanha), no próximo dia 20 de Outubro, pelas 20h00. Rocío Ramos traduziu para castelhano mais esta antologia de microcontos.
Márquez não suportava o Outono e com muita razão. Não é o único escritor a lamentar-se do mesmo: "Há demasiadas folhas no chão!" Ainda por cima amarelas (amarelecidas): bem que poderiam ser as dos seus livros.
"Não me digas!" Sim, a sua teia estava totalmente (completamente) desfeita. Assim que lhe deram a notícia, trepou pelas paredes acima. Mas isso também é o que um aranhiço sabe fazer melhor.
Pobre Edgar. Já hoje me enviou uma dúzia de mensagens: "Não quero agoirar. Mas o futuro da humanidade é uma tendinite no polegar." Ao menos que as escreva mais devagar.
Preferia plantar árvores, embora as regasse todos os dias. Todos mesmo, sem excepções, e sempre com muita água. Só tinha de esperar até final do Verão, a época em que colhia os seus frutos. Sabia que alguns chegariam sob forma de livro. Quem os saboreava, e os caroços aqui não contam, dizia que gostava muito.
Recordo-me agora que o Rocha escrevia apenas em mesas de mármore. Caprichoso? Nem por isso: curtitos, é certo, mas os seus textos sempre foram de uma solidez granítica.