Estafeta
Quando a meta já nem me interessava, ele esbracejou. Estafado, só pensei em desistir, mas ele gritou pelos quatro. E também esperneou, em jeito de ameaça. E eu só prossegui pelo dever e, sinceramente, nem me recordo de quem chegou à frente. Talvez Hans, porventura o esguio Dieter. Ou o cabrão do Klaus. Mas bastou-me sentir aquele seu bafo suado ao receber o testemunho. Apalpar aquela palma sensível num milésimo de ternura. Permiti-me e confiei. Percebi quão Konrad queria ter-nos todos na mão na sua (nossa) recta reta final.
Comentários
indisciplinado ( por isso criativo), jogo das palavras e dos conceitos.
No sentido em que o João enquadra e relata a sua Estafeta, encontramos um notável exemplo do que é um trabalho colectivo, necessariamente solidário e perseguindo um ideal comum. Cada elemento tem uma missão a cumprir mas, cumpre-a, só e entregue a si mesmo,visando passar o testemunho, nas melhores condições possíveis ao colega seguinte,tendo porém,de o fazer dentro de um espaço rígido e regulamentado.
Exige-se velocidade mas com rigor e precisão. Passadas a mais serão fatais.Ultrapassam os limites marcados da pista e conduzem à exclusão.
As estafetas desportivas, são um magnífico exemplo e oferecem total "transfer" para as coisas da vida real na sociedade em que vivemos.
Se a sua Noção Superior, é o movimento motor, já, o seu Significado Principal, será a maneira de efectuar e organizar esses actos motores, na base (livre) de uma temática e de uma direcção com que à partida todos se identificam.
Nesta medida, João erra ao interrogar-se sobre o vencedor. Nem o Hans, nem o Dieter, nem o Klaus, nem o Konrad, podem ser vencedores. Ou são todos ou não é nenhum.
O Circo, não deixa de ser uma estafeta...
O veterano "veteran" Peter Adam,lenda do Der Spigel,(infelizmente doente e já retirado (?) "im ruestand",tem um livro seu em sua casa e a filha, a Sabine, disse-me que o Peter Adam apreciava muito o João.
A Sabine lancou um projeto leitura publica para crianças, com muito sucesso. Começou no Essen e já chegou a mais Estados.
BERLUSCONI, no primeiro percurso, tem a sorte de fazer uma falsa partida não sancionada e lá se aguenta na entrega a ZAPATERO mas, este, perde terreno no 2ºpercurso com um problema no sapato esquerdo e entrega atrasado MERKEL,esta, parece equilibrar-se no 3º percurso mas, desastrada, entrega (como sempre) o testemunho a SARKOZI já depois do limite.
A Europa está irremediavelmente desclassificada mas, Nicolas, finge que não sabe e faz os seus "heróicos" 400m. com os dedos em V, cortando a meta como se nada fosse com ele. Vira-se para a bancada,beija Bruna e pede-lhe um chucha para dar com ela na boca uma volta de honra. Na bancada, TRICHET, pressionado pela próstata vai-ali-e-já-volta.O regresso(mais
aliviado ) ao seu lugar, coincide com o anúncio da instalação sonora: A Europa está
desclassificada.
Carla Bruni deve dar congestão..:)))
Eu sou, só, estético e funcional. No plano estético, acho o grafismo do Y muito elegante e desafiante. No plano funcional, inspiro-me nele e fiz um fisga para ir às codornizes...
Mas tenho de vos dizer, curiosamente e muito a sério, que acabei de comprar uma Fisga, há 15 dias,quando estive em Tartu na Europeade que, em simultêneo teve uma mostra de costumes medievais hanseáticos.
Eu não vou às codernizes mas, a Fisga, acompanha-me na minha actual encarnação de camionista
transeuropeu...
José, vc está na onda do Pithecus virou um caçador...;-))
No "perpetuum mobile" da minha vida, com 999 histórias(quase)singulares,em que o denominador comum é a paixão de cruzar os povos e as fronteiras, por terra, há cerca de 20 anos numa travessia transamérica, á medida que me aproximava do Alasca,nos pequenos povoados em zonas inóspitas,primeiro, perguntavam-me para onde ia, depois se eu levava pistola (os ursos,Manu).
A fisga apareceu agora, saída do "alçapão" do meu ID, apenas como piada
e companhia simbólica para as minhas actuais transcontinentais. O Ártico está a derreter e os ursos tem de reaprenderam a nadar. Andam por aí...
Aqui tem, Manú, uma explicação séria, embora quase pareça meu,"Meu pé de laranja Lima", que me foi oferecido em Vitória,Rua 7, Espírito Santo, na exacta semana eu que o Homem chegou à Lua(Julho de 1969),dia em que a TV local me foi buscar para uma entrevista nos estúdios. Estava um calor de matar e eu pedi para deixarem a porta da "combi" aberta para entrar fresco. Ora,nesse exacto momento entrou um colega meu na "combi". Você imaginará!...
Aqui está uma longa e aborrecida resposta,espero tê-la castigado o suficiente, para, qual efeito vacina, não fazer mais perguntas. Vou de férias.
Eu estava a provocar, José. Não vá de férias,fique. É um prazer conhecer novos amigos.
Eu adoro um papo;)Abraços.
Na sequência do acontecimento na "combi", o melhor foi no estúdio :Em directo, quando o apresentador contou a história ...
Nessa data, eu tinha 21 anos e fazia uma digressão iniciada no Amazonas e culminada no Rio.
Até breve.