Garanti a Sara que desta vez votaria mesmo nos Verdes. Finalmente. Porém, com alguma tristeza vou falhar. Ligaram-me ontem à noite a comunicar uma irregularidade nos registos de Marte.
Edgar ligou-me há instantes. Algo se passou e toda a gente vai com cravos para a rua. O meu é pesado, mas já pedi ajuda ao Maurício. Vem dar-me uma mãozinha e até me empresta a Ford Transit.
Eufóricos com as notícias, passámos a tarde em avantes camaradas. Foi bonito. Mas a verdade é que quando a última garrafa se esvaziou ninguém se chegou à frente.
Primeiro, Samantha espalhava aquela peçonha perna abaixo, perna acima. Caprichava na zona da virilha, ainda insinuava a nádega, e repetia o procedimento. Depois, perguntava-nos a todos se tínhamos compreendido bem.
Mais do que com todos aqueles escorpiões que agora o cercavam, por acaso estaladiços e bastante nutritivos, Ahmed desesperava com a solidão. Que o tirassem dali duna vez por todas.
E a brisa virou tufão. E o geyser virou vulcão. E o gato virou leão. E a sardinha virou cação. E a formiga virou anão. E Andorra virou Japão. E Marisa virou João.