Circo Vicioso

Não bastassem as duas belas vivendas recém-adquiridas em Sesimbra, Romeu ainda gostava de evocar a quinta de Espinho e o chalé alsaciano que ilegalmente ergueu na Gardunha. Missão cumprida. Tinha quatro maxilares.

Alugaram a quinta numa quarta. Ficava na Terceira. Ali fizeram a sua segunda (e logo à primeira!).

Cá em casa, eu e Joe somos os maiores fãs das graçolas de Jack. Só de rir que estamos há três dias de caganeira. Diz ele: "Uma gaja magra neste país é ainda mais raro do que um panda de Albany..." Depois faz uma pausa de cinco segundos, pisca o olho e conclui com aquela cara de peido: "Albino, dizia eu..." E ainda agradece "Thank you so much!" Fuck, mas que motherfucker, o Jack é mesmo o maior!

Klaus nada devia à beleza, nadinha, e as bexigas desajudavam. Contudo, era de uma inteligência rara. Analítica. Resolvera dar-se apenas com gente muito feia. Monika veio perguntar-me há bocado se ele é o tal galã de cinema.

Pancho gabava sempre o peru. Mas só bebia chilenos.

Às vezes, a velha Ragnhild conseguia ter alguma piada. "Sabes qual é a diferença entre uma acrobata e uma gorda como eu?", perguntou-nos. Houve quem diplomaticamente encolhesse os ombros, embora eu já tivesse escutado algo semelhante da boca dela. "Uma bate com os joelhos nas mamas e a outra com as mamas nos joelhos." Foi um momento estranho. Talvez porque só Sven tivesse a liberdade de soltar uma sonora gargalhada.