Trabalhar para o boneco

Antes do seu lento e doloroso derretimento, já lá vai bem mais de um ano, e o que nos custou vê-lo transformar-se naquela pocinha de água nojenta, prometeu voltar revigorado e com os seus simétricos cristais ainda mais cintilantes. Todos acreditámos, claro. Ou havia razões para desconfiar? Só que já chegámos a finais de Janeiro e continuo com uma cartola preta e uma cenoura alaranjada e pontiaguda na mão. Vá, não me digam agora que é tudo culpa do aquecimento global e do metano expelido pelos puns das vacas holandesas. Agora a sério, o que vou dizer às miúdas? Acho é que vou mas é lá abaixo à cave guardar o trenó de Neus e Dolors.

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