Circo Vicioso

Já alguém se perguntou por que razão uma luva perdida aparece sempre enquanto duas juntas é uma absoluta raridade? Bem-vindos à teoria da luva única. A resposta: porque duas luvas perdidas, juntas e se parecidas, iguais mesmo, um parzinho, sempre podem ser calçadas. Daí que a luva única, exposta em local público, e bem visível, sirva de compromisso, algures entre a frustração de não ser um belo conjunto e o dever cívico da devolução. É assim o ser humano, odiamos as metades. Queremos completude. Harmonia. O tudo ou nada. Adão e a sua costela. Claro, o mesmo postulado poderia ser vertido à teoria do guarda-chuva com varetas de fora, outra das vítimas do abandono racional. Selectivo. Mas essa fica para a próxima, assim mo permitam.

Mas já não vai. Tem horrores só de pensar na Torre de Pias.

Ups...

Olga não conseguia fumar sem travar. Despistou-se aos 37.

A Escobar le gustaban muchísimo las margaritas. Pero eso es bebida. Para comer, comer de verdad, a solas o en banquete, le encantaban las Rosalinas. 

"Não gema!", rogou-me Clara. Só depois percebi que punha um ovo.

Claro que ele chegou tarde e a más horas. Torpe. Ingrid ainda ralhou, esperneou, invocou, acusou, embora com escassa razão. Björn acabara de ser dispensado. Na fábrica já não fabrica. Menos mal, naquela noite gélida lá teve tolerância de ponta.

Ou era burro ou distraído ou fazia-se. Cédric jamais percebeu que ténis de mesa não é sinónimo de ténis na mesa.

Ainda me avisaram que fazia parte do corpo docente. Estou-me borrifando. Tinha um corpo decente.

O discurso da Noelia foi sério e articulado até ao fim. "Sempre fomos um país de pampas. Contudo, e por éme razões, hoje somos um país de papas."

É que está mesmo bonito, caramba.

Prometia. Mas Akanksha abusou. Pena. Descarilou.