Circo Vicioso

And just because Martha was in love with an ex-young person?

Matthias looked like a monster. But he was just from Münster.

De mexilhão já tinha pouco. Sofria horrores com a falta daquela concha.

"É bola", repetia ele. Ou algum vírus ainda mais grave.

Se Marika era vesga? Sem dúvida, embora com cinturinha de vespa.

Actriz pornográfica era antigamente. Os múltiplos talentos de Glória mereciam muitíssimo mais. Agora cobiçam-na como intérprete de filmes de cinema adulto.

Ana era anã, embora já poucos reparassem no til.

Pequenito, pois bem. Mas de mais ninguém.

Sim. Klaus sentiu muita sede. Todo ele era sede. Uma desesperante sede. As suas pernas, cadeiras. Os seus cotovelos, secretárias. Os seus pêlos, piaçabas. As suas pálpebras, fotocopiadoras. Os seus joelhos, livros de actas. As suas mãos, a máquina automática de café situada em frente à porta giratória de entrada onde phica o ponto e a recepção com a simpaticíssima menina Solveig. Sede, portanto. Ou talvez não: quiçá Klaus estivesse antes com muita fomeca.

O seu sorriso andava diferente. Mudara. Há semanas que não levava os dentes.

Já alguém se perguntou por que razão uma luva perdida aparece sempre enquanto duas juntas é uma absoluta raridade? Bem-vindos à teoria da luva única. A resposta: porque duas luvas perdidas, juntas e se parecidas, iguais mesmo, um parzinho, sempre podem ser calçadas. Daí que a luva única, exposta em local público, e bem visível, sirva de compromisso, algures entre a frustração de não ser um belo conjunto e o dever cívico da devolução. É assim o ser humano, odiamos as metades. Queremos completude. Harmonia. O tudo ou nada. Adão e a sua costela. Claro, o mesmo postulado poderia ser vertido à teoria do guarda-chuva com varetas de fora, outra das vítimas do abandono racional. Selectivo. Mas essa fica para a próxima, assim mo permitam.

Mas já não vai. Tem horrores só de pensar na Torre de Pias.

Ups...