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Vamos ao Algarve? Sim!

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Sem querer, e por acaso, viajei no tempo, nos sabores e na magia do meu Sul querido. Vamos ao Algarve, espaço que é também nome de restaurante, é como se estivesse em casa dos meus bisavós e da tia Margarida lá em Vila Real de Santo António. Só que em Alfama. E à beira-Tejo. E do Metropolitano de Lisboa. E com preços razoáveis. Mas sem a nora nem o camaleão. De outra maneira: parabéns aos criadores, o Alberto (na foto), natural de Olhão, e o Miguel. A minha salada estava deliciosa (chèvre) e o vinho da casa notava-se que era do barrocal louletano, único. Foi com gratidão e muitas saudades, talvez demasiadas, com que me despedi daquele espaço. Teria ficado semanas. Já cancelei até a minha semana em Marrocos, esse nosso "Algarve d'Além Mar". Uma sugestão? Promover mais o figo, o medronho e a alfarroba. Lugar imperdível para quem gosta do Sul, do nosso rico Sul.

Toda a verdade

Um dia, um velhinho me falou: "Em que está a pensar ocê, 'Seu' João?" E eu ripostei, né?: "Alfa, Bravo, Charlie, Delta, Echo, Foxtrot, Golf, Hotel, India, Juliett, Kilo, Lima, Mike, November, Oscar, Papa, Quebec, Romeo, Sierra, Tango, Uniform, Victor, Whiskey, X-ray, Yankee, Zulu." Chega? Chegou:  Roger that .

Naufrágio

— Melissa, venha! Venha por favor! — Cruzes, mas isso é um SOS? — É. É, sim. Vamos ficar sós, Melissa? — Seu filho da puta. Arranje outra... — MY LADY, MY LADY... — Rogério? Rogério? Rogéeeeeeeerio? Roooo... Ohhhhhhh...

Circo viscoso

Ele lá comia um conjunto de seis copos duralex (por vezes de cálice) enquanto ela tentava abanar a banha em torno do umbigo. Bem-vindos ao mágico mundo de Faqir e Shaqira.

"Queria e já não quer?"

E bem que Roberto insistiu que não era "à". Era "há" e vinha do verbo "haver". Até porque assim, e sem fantochadas, teria muitíssimo mais tempo para Jeanette (nem que fosse por causa do temporal).

Estação terminal

Nunca Samuel, e menos ainda Nataniel, perderam uma oportunidade que fosse, porventura a razão que os levou àquele tão badalado processo (e despedimento sumário, infelizmente, malgrado o lóbi do sindicato e de toda a comunidade evangélica de Odivelas): "Última paragem. Senhores passageiros, façam todos o favor de sair. Em nome da Carris, desejo-vos uma boa ascensão ao Reino dos Céus."

Lady Gagarina

Cantava mal e pior era no burlesco, embora jamais tenha apagado o dia em que conheceu Konstantin. Em Baykonur, precisamente, e onde é que havia de ser? Só queria fazer ali par com ele, um dueto artístico digamos, e irem dali os dois já amarradinhos pelos ares. Com Konstantin, o Céu seria sempre o limite, qualquer que ele fosse. Na vida ou na morte. Enchera o saco com todos aqueles brutos tacanhos Terra-a-Terra que, noite após noite, nem a pepeca lhe souberam protocolarmente degustar. Haja mínimos, caramba. 

Baykonur

Somente após a sua segunda missão especial espacial a Vénus, Konstantin conseguiu engravidar Tatyana. O doutor Gennadiy Aygi, obstetra encartado e com sobeja tarimba, teve, uma vez mais, a oportunidade de reafirmar o seu olho clínico em toda a estepe da Ásia Central (e mesmo em Moscovo e Almaty): " Konstantin , a sua fama vem de longe, mas que bom ter-se finalmente esquecido da camisa lá pelo Cosmos..." O sorriso foi cúmplice, o "pelo Cosmos" teve piada, e naquele consultório só mesmo Tatyana ficou a ver navios. Naves. Ela era mais Astrologia e só queria mesmo ser mãe daquele pequenito Gagarin. 

Lisboa tropical

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Não é só Marques ser o patronímico de Marco. De Marco de Canaveses, por exemplo. Ou que a família real, depois de ter escapado, e bem, para o Rio de Janeiro, decidiu retornar a Portugal década e meia depois. Este altivo capachinho de frutas Miranda-Carmen dedico-o à minha querida filha Carmen. Obrigado, pintainho tutti-frutti. A saudade aperta, filha.

Reflexos rápidos

Narciso preferia-os assim. Aos verbos. Do tipo: via-se e vinha-se.

Júlio e Martinha

Comeram-se tanto naquele Agosto que ela apanhou uma barrigada. Ainda hoje Matilde oreia bolachas.

Bombay Sapphire

Kaur lá encolheu os ombros, o habitual, mas talvez porque fosse a única que já soubesse a história de trás para a frente (ou da frente para trás). Todos os demais afinámos, mas é que afinámos mesmo, quando o Sr. Singh nos confessou que, pelo menos desde a sua mudança de voz, e sabe-se que no Punjab ainda hoje brincam com o facto de terem bigode muito cedo, nunca mais na vida havia cantando  publicamente  num karaoke .

Style ao Rossio

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O Valverde tem o look do ano. Ganda onda, o mullet e o bigodinho que eu nunca terei, muito menos em simultâneo. Bravo. Inveja mesmo.

Trabalhar para o boneco

Antes do seu lento e doloroso derretimento, já lá vai bem mais de um ano, e o que nos custou vê-lo transformar-se naquela pocinha de água nojenta, prometeu voltar revigorado e com os seus simétricos cristais ainda mais cintilantes. Todos acreditámos, claro. Ou havia razões para desconfiar? Só que já chegámos a finais de Janeiro e continuo com uma cartola preta e uma cenoura alaranjada e pontiaguda na mão. Vá, não me digam agora que é tudo culpa do aquecimento global e do metano expelido pelos puns das vacas holandesas. Agora a sério, o que vou dizer às miúdas? Acho é que vou mas é lá abaixo à cave guardar o trenó de Neus e Dolors.

Ou o meu enorme orgulho em ter uma filha chamada Carmen (dedicado ao Dadá)

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