Da verdadeira descoberta da pólvora (versão adaptada ao Plano Nacional de Leitura)

Ao longe, à míope distância, tudo lhe pareceu das coisas mais corriqueiras do Mundo. Honra lhe seja feita, pois assim se vivia quotidianamente nos idos tempos da próspera Dinastia Tang. Mas retomemos: poeira para os olhos, umas migalhas ligeiramente mais escuras ou outra daquelas pimentinhas pretas que o vizinho-rival lá insistia em importar daquelas ilhas mais meridionais a que apelidam "Javas"? Porém, estes minúsculos grãos, em simbiose com a sua tão errónea sinapse, seriam o momento decisivo-porque-fatal para o futuro próximo de Chaoxiang e, assaz mais relevante, para este nosso putrefacto Porvir. Se preferirem, da Humanidade enquanto amplíssimo conjunto de primatas — Drs. Primatas, SFF —, com a natural excepção dos Orangotangos, que hoje por hoje, e já milhares de aniversários depois, e por manifestos excessos em matéria de Nutella de avelã, e por desleixo do narrador, vão bailando menos e menos entre as palmas virgens de Samatra e Bornéu. Tudo isto é triste, embora fado muito aquém do destino da supracitada personagem "Chaoxiang" (nome fictício por opção do próprio). Falamos, em concreto, do momento em que Hu (o seu nome verdadeiro) deu lume àquela húmida mortalha que nem filtro mereceu: em Yuzhang e redondezas, e ponham redondo, rotunda e redondel nisso, sob extrema vigilância do Comité Central da província de Jiangxi, garimpa-se agora com zelo extremo e, por norma num raio de 50 léguas, os disseminados restos mortais de Hu, para alguns o sempiterno "Chaoxiang". Bom, restos é como quem diz — esta gentalha de olhos em bico também às vezes fala como se não houvesse minhocas.

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