Um tordo e uma carcaça (de tordo)

Confesso que não acompanho o preço das commodities nas bolsas e mercados de futuros mundiais. E se nem Libor nem PSI20, muito menos o valor do tordo frito e amortalhado num papo-seco. Admito este ser um momento gélido e mórbido para os mais empedernidos ornitólogos, mas o serão pascal de ontem, muito bem passado à Graça, foi assaz elucidativo: o pacote é vendido a 2,40 euros a unidade. A maquia até parece razoável dada a raridade crescente da ovípara iguaria, mas como falamos da Lisboa histórica, preparem-se para o pior. Basta um francês mencionar o feito num qualquer boca-a-boca sobre amuse-bouches, ou numa dessas revistas bonapartistas que se multiplicam como cogumelos nas imobiliárias de Lisboa e que citam cega e indistintamente Philippe Starks, e a carcaça com a mesma do tordo vira 15 francos gauleses (não confundir com "frangos"). Vá, depois não se queixem que ficaram atordoados.

 

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