À memória do Dr. Sobral

A Dona Hermínia até me pediu de joelhos, no soalho, eu vi com estejolinhos, que não o escrevesse. Eu respeitei, mas isso foram outros tempos. Caramba, ela também sabia, ou deveria saber, que eu, que vivi tantos anos lá na quinta, era caseiro, pronto, e qual é o problema em assumir?, sou teimoso que nem um raio. E raios vos partam que já estou a ficar nervoso... Vá, vamos pelo bem. Também não vos quero apoquentar. Longe disso, eu então. Atão, dizia eu, e fica aqui só entre nós: o seu marido doutor, ou esposo, doutor, era doutor, prontos, doutor-esposo, adorava abraçar carvalhos, percebem-me bem? Carvalhos com vê, seus marotos. Com vê de "v". O problema é que não tinha tronco para isso. Não tinha, o doutor de facto não tinha tronco. Pelo menos para isso. Mas tal coisa não o fazia menos do que os outros, entendem? O que eu vos queria dizer, e já me alonguei, e muito me penitencio, é que felizmente e por graça de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, e Salazar, bem-haja, Senhor Professor, eu também nassi e cressi em Santa Comba, ela morreu, ou falecceu, muito, mass é que muito messmo e precoccemente, antess dele. Mass ssabem, o doutor agora anda felizz, parecce que até sse inssinua às figueirass... Ele é cá um malandreco, e àss alfarrobeirass também, ai esste diabrete que é o Dr. Ssobral! Quem diria! Onteontem até bebemoss uma jeropiga juntoss lá na adega...

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