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Sindicalista, talvez. Mas, pela manha e pelo pulsar, ninguém diria que Tozé fosse um mero operário. Operário, talvez — mas febril, como a cadeia de montagem que ambos fingiam servir.

Mistérios de Port Louis

  No dia em que Maurício desembarcou na Maurícia nunca mais foi o mesmo.

Dedicado à minha querida filha Agnes: obrigado, Toy!

É sempre assim

 Era girino, ficou girinho, depois saltou.

Seus monstros!

Sim, Maurício é mesmo muito mau. Mas Mauro não lhe fica atrás!

Ao nosso Emplastro

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É sempre reconfortante saber que o nosso eterno Emplastro, o incomparável Nandinho de Gaia , continua firme e forte. Que, nos nossos 53 anos, continues a deixar a tua marca indelével no audiovisual português e a moldar o imaginário da minha e de tantas outras gerações, caro Fernando Santos. Desejo-te um 2025 brilhante, cheio de selfies gloriosas, mas vá lá, não te estiques que já há muito jovem a queixar-se dos preços.

Um post todo XPTO

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A sigla "XPTO" tem origem na simbologia cristã dos primeiros séculos do Cristianismo. No alfabeto grego, as letras Χ (Chi) e Ρ (Rho) são as iniciais de Χριστός (Khristós), que significa Cristo. Este símbolo, conhecido como Cristograma, era amplamente utilizado para representar Jesus Cristo, especialmente em inscrições e arte sacra. O acréscimo de "TO" foi uma estilização posterior, conferindo uma forma mais completa ao símbolo.  Com o tempo, o uso religioso perdeu relevância e, em Portugal, "XPTO" foi reinterpretado como uma sigla genérica, começando a popularizar-se a partir das décadas de 1970 e 1980. Inicialmente, estava associado a contextos técnicos e publicitários, mas rapidamente evoluiu para um termo usado no quotidiano, significando algo sofisticado, inovador ou de alta qualidade.  Actualmente, "XPTO" é utilizado para descrever produtos ou ideias considerados modernos e avançados, como "um carro XPTO" ou "uma solução XPTO...

O empata

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Nos anos 70 e 80 em Portugal, o empata – em todas as suas variantes – era uma figura omnipresente e paradoxalmente inesquecível. Exímio no ofício de travar fluxos, interromper momentos e embaralhar planos, tinha uma habilidade quase artística para converter o simples em complicado, o promissor em frustrante. Mas, claro, o empata-fodas era o apogeu desta linhagem, uma espécie de herói trágico do bloqueio humano. Imaginemos: um jantar a dois, velas acesas, a conversa flui, os olhares aquecem. E eis que o empata aparece – de improviso, claro –, largando a sua mala e um "Espero não incomodar!" tão desavergonhado que até as velas hesitam em apagar-se. Na discoteca, era aquele que irrompia entre um casal já sincronizado na dança, braços abertos, gritando "Bora outra rodada!" . No baile de aldeia, conseguia desviar um pedido de namoro com uma anedota sem graça, contada a plenos pulmões. Mas o empata não se limitava ao amor e à luxúria. Era também quem se oferecia para ...

Como alugar a Estónia por tuta-e-meia

Porque se tornou cada vez mais impossível encontrar um exemplar do meu livro " Estonia, Paradise Without Palm Trees " — obra decerto datada, a realidade é infelizmente outra nos dias que correm —, em 2023 decidi editar, com as ferramentas disponibilizadas em boa hora pela Sociedade Portuguesa de Autores, o meu próprio livro (exacto, adquiri os direitos ao editor estónio há mais de uma década). Fica aqui o link , até porque por tuta-e-meia o manuscrito pode ser "alugado".

Néondertal

Tem um tronco largo e umas narinas lindas, embora anteontem me tenha parecido um nadinha arroxeado.

Pedrómetro

Ivonete fazia uma média de quatro ou cinco por ano.

Emojional

Olga chora baba e ranho sempre que lhe mandam aquele boneco.

Homenagem ao Mirone

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O mirone das dunas do Algarve, nas décadas de 70 e 80, era uma sombra furtiva, amante invisível de corpos entregues ao sol e à sensualidade do verão. Oculto entre a vegetação, observava com olhos ávidos os gestos, os risos e as carícias dos outros, sorvendo com prazer clandestino o espectáculo que se desenrolava diante dele. Era a encarnação do desejo silente, o voyeur arcaico, embriagado pelo perfume salgado e pelo calor da pele alheia. Cada movimento, cada toque era uma ode ao proibido, e ele, fiel guardião das dunas, sabia bem que o prazer residia na distância.

Duna vez por todas

 Foi mesmo ali.

Clube de coração

Se o Cabê pagava sempre as quotas, já o Zezé preferia era pagar às cotas.