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Goracidade

Algures nas profundezas do Nordeste Atlântico habita um besugo de corpo oval, tons avermelhados e uma mancha negra junto à cabeça. Cuidado, dizem que é um peixe goraz.

Literacia

Para mau entendedor, meia palavra bosta.

Bolas de Berlim com Nutella

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Bem sabemos que a terminação é "ella" e que Berlim é uma cidade à frente do seu tempo. Agora poder adquirir por meros 2,40 euros este belo par é terreno fértil para a fantasia masculina. Sinceros parabéns aos pasteleiros da Padaria Portuguesa .

Jogar à bôla

Na verdade, é cada vez menos frequente. Agora, apenas uma ou duas vezes por ano, quase sempre na folga pascal ou natalícia do Sr. Joaquim: nem o queijo passa a bola ao presunto nem este aos companheiros. Lá por ter aquela pata negra acha-se no direito de ficar sempre lá na mama. Porco de merda. Ah, e ainda me lembro do jogo em que a farinha amuou. A gorda da farinha, ahahahah, tadinha, ficava sempre à baliza... Só entre nós: até teve piada vê-la descalçar as luvas e, com as banhas tremelonas, mandar os outros todos para o caralho.

Da verdadeira descoberta da pólvora (versão adaptada ao Plano Nacional de Leitura)

Ao longe, à míope distância, tudo lhe pareceu das coisas mais corriqueiras do Mundo. Honra lhe seja feita, pois assim se vivia quotidianamente nos idos tempos da próspera Dinastia Tang. Mas retomemos: poeira para os olhos, umas migalhas ligeiramente mais escuras ou outra daquelas pimentinhas pretas que o vizinho-rival lá insistia em importar daquelas ilhas mais meridionais a que apelidam "Javas"? Porém, estes minúsculos grãos, em simbiose com a sua tão errónea sinapse, seriam o momento decisivo-porque-fatal para o futuro próximo de Chaoxiang e, assaz mais relevante, para este nosso putrefacto Porvir. Se preferirem, da Humanidade enquanto amplíssimo conjunto de primatas — Drs. Primatas, SFF —, com a natural excepção dos Orangotangos, que hoje por hoje, e já milhares de aniversários depois, e por manifestos excessos em matéria de Nutella de avelã, e por desleixo do narrador, vão bailando menos e menos entre as palmas virgens de Samatra e Bornéu. Tudo isto é triste, embora fado ...

Passeios de submarino no Tejo

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Adivinhava-se que era apenas uma questão de tempo. Fantástica ideia de, no preciso momento em que o mundo sente o rufar dos tambores, mostrar à tona todo o submergido poderio naval luso. Um dos dois Tridentes-Portas fabricados em Kiel a caminho do Alfeite. Paulatinamente. Verdade, impressiona pela serenidade, tamanha manobra já deve ter o dedo do Almirante. Um suave e pedagógico aviso ao Kremlin: nem o Alfeite é Sebastopol nem o Estuário do Tejo é a Península da Crimeia. Dissuasão pura, na senda de uma das melhores escolas político-militares do mundo, que durante séculos não precisou nem de submarinos torpedeiros nem de manhosos cavalos de tróia. Aqui sempre foi mesmo mais padaria e pastelaria, à pazada, pois. Alfeite? Nada disso, benfeite!

Transporte de lacticínios

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  Porque é o povo quem mais ordenha, não é Jessica Valentina?

Horror in Pärnu (2008)

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  Mini-horror movie filmed in Pärnu's grass.

Um perónio quebrado e duas canadianas lascivas

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Jamais me esquecerei do meu primeiro vídeo publicado no meu canal YouTube, agora apelidado de "Circo Vicioso" para fazer pandã aqui com o bloguinho. Isto foi em Fevereiro de 2009 e, apesar do gesso, criei grande cumplicidade com aquelas duas amigas do hemisfério ocidental. Uma era francófona, a outra anglófona. Mélanie e Megan, respectivamente. Nevava lá fora, mas a alvura do meu gesso na perna esquerda cumpria a sua função existencial. Imaculada brancura nunca me faltou naquele funcional apartamento de Tallinn (Na Raua tänav, algo como "Rua do Ferro"). PS - O vídeo, pelo seu conteúdo erótico coxo, só está disponível no canal YouTube do "Circo Vicioso", o nosso novo apêndice que, desde já, vos convido a subscrever. Um dia seremos grandes.

O Cachorrão dos Teclados (versão estónia)

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Uma das minhas performances favoritas. A sanfona que adquiri no Piauí, e apesar da minha congénita falta de talento, esteve à altura: eis a cover estónia de "Morango do Nordeste", do nosso querido Lairton e os Seus Teclados. "Ma Olen Noor", interpretado pelo não menor Karl Madis, nunca lhe ficará atrás. Estão um para o outro.

Vai para a tua terra

"Cá nã dá!", insistiu o Américo até ao momento em que o despejámos no Terminal 1 de Toronto. O Joe e o Mike são testemunhas. Nã teve sorte, é certo, mas também nã deixou muitas saudades por cá. "Nã dá?", ainda lhe perguntou o Rogério na hora de lhe dar um valente pontapé no cu. E acham que obteve resposta? Ná. Saiu da van mudo e quedo e enfiou-se direitinho na fila do check-in. Ainda parece que tinha excesso de bagagem: verdade, o Américo não só perdera o Norte como era um grandessíssimo ontário.

Passaporte cinzento

 É tiope? Não, Aklilu é apenas míope.

Homenagem a Bemnet

Até tinha a sua pinta e, sejamos sinceros, apesar da sua paixão jamais correspondida por Dyane (e muito menos por Mehari, essa ninfo mamalhuda, já agora), companhia nunca lhe faltou. Digamos que era girino. Que eu me lembre, facturou sempre. O problema do chaval era mesmo aquela boca-de-sapo repleta de testosterona que mais parecia o focinho relinchante de dois cavalos. Lá no campus de  Adis Abeba, mormente  na antiga  Haile Selassie I University , aquele charroco era conhecido pelo "Citroën".

Três palhaços, dois chocos e um vídeo

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Nada, nada?, como ir ao Sado-com-Tróia-ao-fundo e ter um acalorado debate sobre palhaços. Fiquei a saber que, independentemente da agora tão apregoada inteligência dos cefalópodes, o choco e o polvo, talvez até a pota e a lula também, adoram palhaços. Viva a palhaçada e o choco frito! Grande Sr. Francisco, muito obrigado e boa pescaria. Setúbal é, de facto, especial. "De Especial One!"  

Da incompreensão

O Alves repetia-o já em desespero: "Dfw nirt54 vsdfv sdvgreh10 8uyhfg!!!" Por vezes, ainda mais sonoro, três oitavas acima, como que uivava: "Lewfv cnºp54rijti2312 9'820457397 4ty0rug hbjnv!!!" E, mesmo com dores na garganta,  insistia : "ethri 8opjmnbvcxdjkl8o7 857u6yrthgdbfv!!!" Enfim, numa coisa tinha razão: nunca ninguém o compreendeu. Talvez estivesse mesmo muito à frente do seu tempo.