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Dos famigerados zepelins de Riga

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Não, nem sempre foram submarinos alemães, como as portas destes hangares podem sugerir. Houve um tempo, entre as duas grandes guerras, durante o qual a Alemanha também optou por exportar zepelins em segunda mão. Neste caso, falamos de quatro gigantescos hangares mandados construir pelo Kaiser Guilherme na Grande Guerra e que os teutónicos deixaram para trás. Estas excêntricas raridades, e não haverá mais do que nove em todo o mundo, albergam hoje o mercado da capital letã.

Cu preto, gaivota branca (vídeo indisponível em certas regiões)

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Sansões e Dalila

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Alguém aí pronunciou a palavra "sanções"? Ou terá sido "boicote"? Ou "Dalila"? Pois na Letónia ainda se vive uma Riga vida. "Niet"? "Da"? Já não percebo nada, só sei que isto não vai ser pêra doce.

Late Apple

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Há sobremesas que tardam em chegar sobre a mesma. À mesa. Talvez pelo chambreado, quiçá pela massa folhada. Isto já para não mencionar a hipotética responsabilidade do famoso "bolo proibido", mais digno de um qualquer speakeasy doceiro. Ainda assim, fica o reparo: nada como um estabelecimento comercial que, seja do sector da restauração seja de qualquer outro ramo de actividade, preza a verdade. Isaac Newton ficaria orgulhoso, a gravidade tem os seus limites e nem todos eles estão directamente ligados à Física pura e dura, ainda que ela até possa ser quântica. Aliás, há séculos, milénios, quiçá desde os clássicos gregos de Ática, Corinto e Mileto que a Ética tem vindo a ser desprezada enquanto disciplina do saber: qualquer maçã podre numa tarde pode contaminar todas as outras nessa mesma tarde. Igualmente curioso, ou não menos interessante: e por que motivo o limão já não vem tarde? É da amargura?

Lamego: da bola às bôlas

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Ainda a Esmeralda Amoedo, fado dedicado aos emigrantes fumadores

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À Rua do Capelão, essa ímpar e irrepetível juncada de rosmaninho

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Poucos bairros na Europa existirão como a Mouraria, quiçá um dos menos valorizados de Lisboa. Central, é certo, mas pouco e mal frequentado, apesar de repleto de gente boa. Resiste. O tasquinho do António da Severa é um desses exemplos. É, aliás, um dos estabelecimentos comerciais mais antigos da capital, aberto há quase 300 anos, 180 enquanto taberna. Ali esteve a Severa, o Rei Maurício e tantos outros. O António, esse, é também de Santa Comba Dão, mas de "Botas" nada tem. Estima a casa com um zelo raro há mais de quatro décadas. Uma viagem no tempo obrigatória. Da parafernália de quadros, vinhetas, posters e retratos que colecciona com profundo amor, destaquei este. De uma fadista local, de outras épocas, que me chamou a atenção pelo carácter, carisma e belo nome: Esmeralda Amoedo. Vou pesquisar e partilhar aqui mesmo esse meu mergulho no bairro que viu nascer o fado.  

CR37: já sem bracinhos mas está lá

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Não é bonito de ser ver e, quem sabe, afiança que Cristiano não cometeu nenhum crime aquando das suas múltiplas viagens ao Golfo. Ou a Marrocos. O furto de um talher que fosse. Um Gatorade na loja de conveniência. Uma pinça do chinês para dar um retoque nas sobrancelhas. Nada mesmo. Menos mal: CR7, ou CR37, sem bracinhos é coisa feia, certo, mas sem perninhas, isso sim, seria uma global e absoluta tragédia de imprevisível comoção. Parabéns, já agora, aos mentores do manequim. Ecodesign milanês: porquê desperdiçar plástico se o forte do homem nunca foram os antebraços? Isso é mais Pepe nos seus 38 de cotovelo.

Guerra-palhaça

 Lviv? Sim, ele vive. Algures a Leste.

Sonho eterno

 Morreu? Não. Morfeu: foi engolido pelo sono.

Goracidade

Algures nas profundezas do Nordeste Atlântico habita um besugo de corpo oval, tons avermelhados e uma mancha negra junto à cabeça. Cuidado, dizem que é um peixe goraz.

Literacia

Para mau entendedor, meia palavra bosta.

Bolas de Berlim com Nutella

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Bem sabemos que a terminação é "ella" e que Berlim é uma cidade à frente do seu tempo. Agora poder adquirir por meros 2,40 euros este belo par é terreno fértil para a fantasia masculina. Sinceros parabéns aos pasteleiros da Padaria Portuguesa .

Jogar à bôla

Na verdade, é cada vez menos frequente. Agora, apenas uma ou duas vezes por ano, quase sempre na folga pascal ou natalícia do Sr. Joaquim: nem o queijo passa a bola ao presunto nem este aos companheiros. Lá por ter aquela pata negra acha-se no direito de ficar sempre lá na mama. Porco de merda. Ah, e ainda me lembro do jogo em que a farinha amuou. A gorda da farinha, ahahahah, tadinha, ficava sempre à baliza... Só entre nós: até teve piada vê-la descalçar as luvas e, com as banhas tremelonas, mandar os outros todos para o caralho.

Da verdadeira descoberta da pólvora (versão adaptada ao Plano Nacional de Leitura)

Ao longe, à míope distância, tudo lhe pareceu das coisas mais corriqueiras do Mundo. Honra lhe seja feita, pois assim se vivia quotidianamente nos idos tempos da próspera Dinastia Tang. Mas retomemos: poeira para os olhos, umas migalhas ligeiramente mais escuras ou outra daquelas pimentinhas pretas que o vizinho-rival lá insistia em importar daquelas ilhas mais meridionais a que apelidam "Javas"? Porém, estes minúsculos grãos, em simbiose com a sua tão errónea sinapse, seriam o momento decisivo-porque-fatal para o futuro próximo de Chaoxiang e, assaz mais relevante, para este nosso putrefacto Porvir. Se preferirem, da Humanidade enquanto amplíssimo conjunto de primatas — Drs. Primatas, SFF —, com a natural excepção dos Orangotangos, que hoje por hoje, e já milhares de aniversários depois, e por manifestos excessos em matéria de Nutella de avelã, e por desleixo do narrador, vão bailando menos e menos entre as palmas virgens de Samatra e Bornéu. Tudo isto é triste, embora fado